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Golpe do Falso Delegado

A Falsa Investigação Policial

A crescente incidência de golpes bancários tem levado fraudadores a desenvolverem táticas cada vez mais criativas, inovadoras e convincentes.

Entre essas táticas, destaca-se o golpe do falso delegado, no qual o golpista se passa por um suposto delegado da polícia, que está em posse de várias informações privilegiadas dos consumidores, transmitindo uma aparente credibilidade.

Assim, via ligação telefônica e sob a alegação da existência de uma investigação criminal sigilosa, solicitam que a vítima realize transferência, sempre pedido o segredo para que tudo seja realizado sem consultar o gerente do banco e/ou familiares.

Os relatos dos prejuízos são elevadíssimos, com empréstimos e transações realizadas, muitas vezes em vários bancos que a vítima possui conta.

  1. Identificação do Alvo: Inicialmente, o golpista coleta informações da vítima por meio de redes sociais, engenharia social, vazamentos de dados, ou outras fontes.
  2. Abordagem Telefônica: A abordagem costuma ocorrer por telefone, com o golpista se apresentando como delegado ou policial, geralmente de uma unidade especializada em crimes cibernéticos ou financeiros.
  3. Justificativa para a Investigação: O falso delegado informa que a vítima estaria sendo alvo de uma investigação devido a transações suspeitas em sua conta bancária, não concretizadas, mas detectadas pelo consumidor, mas detectadas pelo sistema de segurança do banco, inclusive, com a possibilidade de envolvimento de funcionários do próprio banco. Desse modo, a vítima é orientada a colaborar com a “investigação” para identificar os envolvidos.
  4. Pedido de Transferência de Valores: Para simular uma “confirmação de fraudes”, o golpista pede que a vítima faça uma transferência para uma conta indicada, afirmando que essa operação ajudaria a rastrear os criminosos. Além disso, solicita a realização de empréstimos, para verificar se valores foram “pré-liberados” pelos supostos funcionários golpistas.
  5. Ameaças e Persuasão: Se a vítima hesitar, o falso delegado utiliza tom ameaçador ou intimidador, dizendo que, caso ela não colabore, poderá ser responsabilizada por participação nas fraudes. Além disso, exige o sigilo, pois, informa que o procedimento investigativo não pode ser comentado com ninguém para não prejudicar a operação.

Alguns sinais que podem indicar esse golpe incluem:

  • Contato inesperado de alguém se passando por delegado, especialmente solicitando transferências de valores.
  • Pressão para agir rapidamente, dizendo que o atraso pode atrapalhar a investigação.
  • Pedidos de transferência para contas de terceiros, alegando que é um procedimento padrão para investigações.
  • Informações confusas ou vagas sobre o suposto caso que está sendo investigado.

Se você for abordado por um suposto delegado que solicita transferências bancárias:

  1. Mantenha a Calma: Não ceda à pressão e evite agir impulsivamente.
  2. Desconfie da Situação: Autoridades reais não pedem transferências bancárias como parte de uma investigação.
  3. Verifique a Autenticidade: Caso tenha dúvidas, entre em contato diretamente com a delegacia mencionada pelo suposto delegado para confirmar a identidade e a validade do contato.
  4. Evite Passar Informações Pessoais: Não forneça dados bancários, documentos ou informações pessoais pelo telefone.
  5. Desligue o Telefone: Nenhuma autoridade realiza investigação ou monitoramento de transações por telefone.

Se você foi vítima deste golpe e transferiu valores para o golpista:

  1. Informe o Banco: Entre em contato com seu banco imediatamente e relate a fraude. Em alguns casos, o banco pode reverter a transação se ela for reportada rapidamente, anoto o número do protocolo do pedido de contestação.
  2. Registre um Boletim de Ocorrência: Dirija-se à delegacia mais próxima e registre um boletim de ocorrência detalhando o golpe e fornecendo todas as informações que tiver, em alguns casos, o procedimento pode ser realizado pela internet.
  3. Aguarde a Resposta do Banco: Normalmente o banco responde em até 10 dias.
  4. Considere Ação Judicial: Dependendo do valor perdido e das circunstâncias, consulte um advogado para verificar a possibilidade de uma ação judicial contra o banco, especialmente se houver falhas na segurança.
  1. Perfil de Movimentação: A análise completa e complexa do perfil de movimentação é
    fundamental.
  2. Alteração de Limites: Entender quando e como ocorreu a alteração dos limites de transações é um fator complementar.
  3. Liberação de Dispositivos: A análise do cadastramento de dispositivos novos, é levada em consideração para avaliar a fraude, prazo em que a liberação ocorreu e alterações de dados cadastrais.
  4. Vazamento de Dados: Avaliar se dados da vítima sensíveis vazaram, por isso o golpista consegue informações sobre telefones, números de conta, agência e número do cartão de crédito.
  5. Falha no Sistema de Segurança: Avaliar se o banco adotou os sistemas preventivos de monitoramento/suspensão de operações atípicas.

A maior dúvida, depende da análise criteriosa, realizada pelo advogado com experiência em golpes e fraudes bancárias. Isso porque, cada caso possui suas peculiaridades e caberá ao advogado avaliar e sanar todas as dúvidas do cliente.

Portanto, ainda que existam decisões favoráveis, é fundamental o cliente procurar a ajuda profissional técnica capacitada para analisar seu caso.

O golpe do falso delegado explora o medo e a confiança das vítimas nas autoridades policiais. No entanto, é essencial desconfiar de abordagens telefônicas que exijam transferências financeiras.

Por Alexandre Berthe Pinto
([email protected])


A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte.
Importante: É sempre aconselhável ao interessado que procure orientação técnica específica com o profissional de sua confiança para análise do caso concreto. As informações aqui contidas, são genéricas e não dispensam a consulta com o advogado de confiança.

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