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Fraude com Cartão de Aproximação: Como Recuperar o Dinheiro?

Dúvida Jurídica 16

  • Pergunta: Encostaram uma maquininha e passaram meu cartão de aproximação. Como recupero meu dinheiro?

A tecnologia de pagamento por aproximação, embora conveniente, também traz certos riscos, como a possibilidade de fraudes. Quando alguém encosta uma máquina de cartão sem seu consentimento e realiza uma cobrança indevida, isso configura uma prática ilícita e pode causar um prejuízo considerável. Esse tipo de fraude, que geralmente ocorre de forma rápida e despercebida, deve ser tratado com seriedade, e os consumidores têm direitos garantidos por lei para recuperar os valores subtraídos.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), as instituições financeiras são responsáveis por garantir a segurança das transações realizadas por seus clientes. O artigo 14 do CDC estabelece que o fornecedor de serviços responde objetivamente pelos danos causados ao consumidor por defeitos na prestação de serviços, independentemente da existência de culpa. Isso inclui a responsabilidade do banco em garantir que os pagamentos realizados com cartões de aproximação sejam seguros e autorizados de forma legítima.

Além disso, a Resolução 4.893/2021 do Banco Central do Brasil reforça que as instituições financeiras devem adotar mecanismos eficazes de autenticação e segurança para prevenir fraudes. Em casos de transações não autorizadas, o banco tem o dever de investigar o ocorrido e, se comprovado que a transação foi realizada sem o consentimento do titular, deve ressarcir os valores. Embora o pagamento por aproximação seja uma forma prática de realizar compras, ele não deve comprometer a segurança do consumidor, e o banco deve oferecer mecanismos para contestar e reverter operações indevidas.

1. Bloqueio Imediato do Cartão:

  • Assim que perceber a transação indevida, bloqueie imediatamente o cartão para evitar novas fraudes. Isso pode ser feito através do aplicativo do banco ou ligando para a central de atendimento da instituição.

2. Notificação ao Banco:

  • Entre em contato com o banco para relatar a fraude e solicitar o estorno da transação. Informe todos os detalhes, como o valor, a data e a hora da operação, e peça que o caso seja investigado.

3. Registro de Boletim de Ocorrência:

  • Registre um boletim de ocorrência relatando a fraude. Esse documento será útil para reforçar sua reclamação junto ao banco e em qualquer eventual ação judicial.

1. Solicitação de Estorno Imediato:

  • Exija que o banco faça o estorno imediato da transação indevida. A instituição tem a obrigação de reverter a operação enquanto investiga o caso. Caso o banco se recuse, registre uma reclamação no Procon e no Banco Central.

2. Reclamação no Procon e Banco Central:

  • Se o banco não solucionar o problema de forma satisfatória, registre uma reclamação no Procon e no Banco Central. Essas entidades podem intervir para garantir que o banco cumpra suas obrigações e restitua o valor subtraído.

3. Ação Judicial:

  • Se todas as tentativas administrativas falharem, é possível ingressar com uma ação judicial contra o banco. Nessa ação, você pode pleitear o ressarcimento do valor indevidamente cobrado, além de eventuais danos morais se a situação lhe causou transtornos significativos.

A justiça brasileira tem reconhecido a responsabilidade das instituições financeiras em casos de fraude envolvendo pagamentos por aproximação. Em diversas decisões, a Justiça tem afirmado que o banco deve adotar mecanismos que garantam a segurança das transações e, em casos de falha, é responsável por restituir os valores ao consumidor.

A justiça já determinou, em várias ocasiões, a devolução dos valores subtraídos em fraudes com cartão de crédito, considerando que a simples proximidade da máquina de pagamento não deve ser suficiente para concluir uma transação sem o consentimento do titular. Além disso, as decisões destacam que, quando uma transação é realizada de forma fraudulenta, a instituição financeira deve ser diligente e rápida na resolução do problema, ressarcindo o consumidor pelos prejuízos sofridos.

Assim, o caminho judicial tem sido uma ferramenta eficaz para consumidores que não conseguem resolver o problema administrativamente. A justiça entende que a vulnerabilidade do consumidor frente às tecnologias de pagamento exige uma proteção maior e que os bancos devem ser responsabilizados por falhas na segurança.

Se você foi vítima de uma fraude onde seu cartão de aproximação foi utilizado sem consentimento, é fundamental agir rapidamente para recuperar os valores subtraídos. O primeiro passo é bloquear o cartão e notificar o banco sobre a transação indevida. Caso o banco se recuse a estornar os valores, existem mecanismos administrativos e judiciais que podem ser acionados para garantir que você não seja prejudicado.

A legislação brasileira é clara ao estabelecer a responsabilidade das instituições financeiras em garantir a segurança dos pagamentos. O caminho judicial, embora seja um último recurso, pode ser uma solução eficaz se as tentativas administrativas não forem suficientes. Não hesite em buscar todos os meios legais para proteger seus direitos e recuperar seu dinheiro.

Por Alexandre Berthe Pinto
([email protected])


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Importante: É sempre aconselhável ao interessado que procure orientação técnica específica com o profissional de sua confiança para análise do caso concreto. As informações aqui contidas, são genéricas e não dispensam a consulta com o advogado de confiança.

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